A génese do setor termal em São Pedro do Sul está ligada ao balneário romano. A água já seria conhecida pelas populações pré-romanas, sobretudo no Castro do Banho, a poucas centenas de metros do local onde está aquele que é um monumento nacional desde 1938, mas o seu aproveitamento medicinal ainda não acontecia. “Eram usadas, sim, para fins místicos e religiosos”, conta Eduardo Oliveira, acrescentando que foi com os romanos, no século I d.C., que o paradigma mudou e que este recurso passou a ter um uso mineromedicinal. Na época, o povo romano interessou-se pelo território de Lafões devido às explorações mineiras, de estanho, algum ferro, cobre e ouro.
Os trabalhos arqueológicos realizados na área envolvente ao balneário permitiram perceber que o edifício abrange duas fases de construção – no Império de Tibério e, já nos inícios do século II, de Trajano – e deixaram a descoberto uma série de estruturas. Desde as marcas arquitectónicas, como os alicerces, paredes, revestimentos e a abóboda da piscina interior principal, a moedas de vários períodos, cerâmicas e fíbulas, o espólio é vasto.
Eduardo Oliveira dá-nos conta ainda de que estas sempre foram termas públicas e de que as águas eram famosas, quase sagradas, registando uma ocupação contínua ao longo de 2 mil anos.