Ana de Jesus dos Santos não teve uma vida fácil e do alto dos seus 97 anos vai evocando algumas dessas memórias.
Filha única, cresceu em Outeiro de Mourel – Carvalhais – São Pedro do Sul, terra da mãe, Maria da Piedade. Já o pai, Manuel dos Santos, era de Baiões, no mesmo concelho.
Desde pequena, habitou-se a uma vida de trabalho, sem grandes facilidades, com a enxada na mão ou na dianteira das vacas, a guiá-las durante o processo de lavrar a terra.
Além da lavoura que lhe dava o sustento, trabalhou no minério, com destaque para o estanho e o volfrâmio, atividade em que acompanhava o pai. Esteve ainda sete anos a trabalhar no Seixal, a lavar, secar e enfardar bacalhau, naquela que foi a sua primeira experiência longe da sua terra.
Apesar de um percurso de vida humilde e de luta, nunca deixou de sorrir. Fez questão de cuidar do pai na velhice, criou o filho sozinha e, garante, ainda hoje gosta de trabalhar.