Filho único de um casal de agricultores, António Almeida nasceu em Arcozelo das Maias – Oliveira de Frades, a 1 de agosto de 1931. Terminou a quarta classe em 1942, numa altura em que praticamente só os rapazes frequentavam a escola.
Da sua meninice fazem parte as brincadeiras associadas à idade, como o pião ou o salto à corda, e, mais tarde, não faltaram as paródias próprias da juventude.
Depois de cumprir serviço militar, concorreu para guarda-florestal, especificamente para uma vaga em Carvalhais, por ser a mais próxima da sua terra. Foi aqui que iniciou funções em fevereiro de 1960, na altura já com família constituída e uma filha, Helena, de dois anos.
A Casa no Pisão serviu-lhe de berço por 22 anos, tendo ainda feito cinco em Serrazes, onde se aposentou.
Além da prevenção, como guarda-florestal era responsável por fazer e limpar os aceiros, assegurar a vigilância e ajudar os bombeiros no combate e rescaldo dos incêndios, além de preparar o viveiro desde a semente até estar em condições para ser plantado.
Quando começou a atividade, não havia luz ou comunicações e o rádio foi distribuído mais tarde. Para telefonar era preciso ir à povoação mais próxima.
Após o 25 de abril, recorda António Almeida, o fogo era o prato do dia e por mais que se arborizassem os terrenos ou a floresta regenerasse, voltava a arder. Os acessos difíceis não ajudavam a minimizar o problema.
Dado que a filha casou em Carvalhais, o casal optou por ficar também na aldeia mesmo após a reforma, mas o idoso ainda fala com nostalgia das visitas à terra que o viu nascer.
A saudade ficou-lhe ainda nos serviços florestais. Mas, garante, de vez em quando, no verão, gosta de dar uma vista de olhos ao local que o acolheu, onde faz questão de falar com as árvores.