Maksims Shentelevs – Ghost of Nodar
Incluído no cd “Nodar Location-Specific Sound 2007 – 2009”

“Ghost of Nodar” consiste em sons gravados por Maksims Shentelevs, durante residências artísticas na aldeia de Nodar e sons da Ghost Orchestra registados em Riga, Letónia. As gravações de campo de Nodar contêm vários passeios sonoros binaurais na aldeia e seus arredores durante a noite assim como “misturas de campo” em várias localizações em redor de Nodar.

As “misturas de campo” fazem parte do projecto ”Soundscape Mapping” iniciado pelo artista na aldeia durante uma residência em 2007 e depois continuado em várias localizações incluindo Topolò (Itália) e Floresta de Raminten (Região de Kaliningrad, Rússia). A técnica de “mistura de campo” implica o uso de até 8 transdutores piezo-eléctricos amplificados por um mixer portátil e fixados a diversos objectos cobrindo uma área de aproximadamente um metro quadrado, revelando assim a correlação entre sons escondidos e fenómenos naturais misturados e gravados no campo e em tempo real. A composição representa três “misturas de campo”: tanque de água, eucalipto e rio.

“Ghost Orchestra” é um projecto que implica uso de mecânica simples feita à mão para activar instrumentos acústicos resultando em “drones” ressoando “frequências-fantasma” escondidas. As duas fontes combinadas resultam numa animação ficcional de presença simultânea de espaços, para além das fronteiras físicas.

Maksims Shentelevs (my-ym), nascido em Riga, Letónia, é um arquitecto, fonografista e artista sonoro que define a paisagem sonora como um campo de actividade denso e auto-referente, moldado pelo movimento sobreposto de objectos no espaço. Começou a trabalhar com “field recordings” em 2002 focando-se na recolha sonora enquanto política não intervencionista de observação de modelos estruturais naturais. Os estudos de campo são tomados como material de base para posterior modelização em estúdio das paisagens sonoras.

Maksims interessa-se predominantemente por biótipos referentes a habitats de insectos e outras pequenas criaturas. Presentemente Maksims está envolvido na construção de instrumentos acústicos e electroacústicos e de objectos sonoros, enquanto ferramentas para um discurso recíproco com a natureza.

Desde 2003 que Maksims participa em residências e festivais na Letónia, Estónia, Finlândia, Portugal, etc., tendo em 2007 organizado em Riga o festival “Mijatmina”, dedicado a paisagens sonoras e a texturas vídeo.